terça-feira, 2 de julho de 2019

Matadouro Cinco - Kurt Vonnegut (Edição comemorativa 50 anos)

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Imagine piscar e viajar no tempo.

Billy Pilgrim está na guerra, mas parece não achar um sentido no que está acontecendo. Billy vive em seu próprio universo e está sempre com a cabeça em outro mundo. Ele tem uma vantagem, é um viajante do tempo, ou se desprende do tempo.


Em Matadouro Cinco, viajamos por vários cenários diferentes -épocas diferentes da vida de Billy Pilgrim- desde a sua infância, a sua vida adulta. Tudo é tratado como uma viagem no tempo, o personagem consegue viajar no tempo em um piscar de olhos -literalmente.


No meio de tudo isso temos quadros inusitados, Billy na guerra tendo sua própria percepção das coisas, o pós-guerra -onde ele casa e tem filhos-, o tempo que passou abduzido por alienígenas  do planeta Trafalmador servindo como espécime no zoológico, sua infância e até o "hospício". Todas essas épocas ficam girando dentro da história e nos traz de uma forma confusa, mas também brilhante o verdadeiro sentido dessa criação.



Kurt Vonnegut lutou na segunda guerra mundial, ele foi feito prisioneiro de guerra e presenciou o bombardeamento de Dresden -tirando daí suas inspirações para a construção de "Matadouro Cinco". 

Lendo o livro, pude observar que o desprendimento de Billy na verdade se trata da forma que ele encontrou para se distanciar da guerra, um escape para toda matança e violência, mas também tenho minhas dúvidas se no final ele não sofreu sequelas pela guerra e tudo que se passava em sua cabeça não passava de alucinações. 


É possível ver por trás de cada época uma crítica a guerra e seus absurdos, de forma icônica somos presenteados com essa obra que nos traz um novo olhar sobre a guerra, escrito por alguém que viveu a guerra, mas decidiu não escrever suas memórias, mas adaptá-las.


Espero que gostem da resenha, como o livro tinha vários cortes de raciocínio, demorei um pouco para me adaptar à leitura, mas no fim tudo ocorreu bem - e também foi melhorando. 




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